quinta-feira, 4 de julho de 2013

Trabalho infantil CIPS

12/06/2013 12h42 - Atualizado em 12/06/2013 15h05
Número de denúncias de trabalho infantil aumenta em Bauru, SP
MP registrou aumento de 158% nas representações de 2012 para 2013.
Projetos de entidades assistenciais tentam reverter essa realidade.



Dados do Ministério Público do trabalho apontam aumento no número de empresas investigadas no interior do Estado de São Paulo por contratar mão de obra infantil e adolescente. De janeiro a junho de 2013, foram abertas 289 representações contra empregadores que utilizam irregularmente o trabalho de crianças e jovens menores de 18 anos. Em Bauru (SP) e região, que abrange 109 municípios, foram registradas 12 representações em 2012. Já neste ano, 31 representações já foram instauradas, um aumento de 158%.
Já no estado de SP, mesmo período de 2012, foram 175 representações instauradas. Isso representa um acréscimo de 39% de um ano em relação ao anterior. No 1º semestre de 2011 esse número era ainda menor: 100 empresas foram investigadas por trabalho infantil.
Segundo o procurador do trabalho José Fernando Maturana, os setores do comércio e de serviço são os que mais empregam essa mão de obra irregular. “Hoje, devido à autuação dos órgãos, estamos com as piores formas de trabalho infantil, ou seja, ainda é preciso atuar mais forte na constituição de políticas públicas até a regularidade escolar. Sem isso, não vamos conseguir corrigir essa distorção”, esclarece Maturana.Para tentar rever esses dados, cerca de 500 crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos são atendidos na Casa do Garoto com várias atividades no horário oposto ao da escola. “Aqui nós oferecemos apoio pedagógico, oficina de circo, judô, caratê, danças e outras oficinas como artesanato. Nosso objetivo é melhorar a alto estima e aprendizagem da criança”, explica Elisabeth Nardo, coordenadora geral da entidade.
Ainda segundo o procurador do trabalho, os números em São Paulo subiram porque os meios de comunicação, redes sociais estão facilitando as denúncias. “Nós estamos em uma economia globalizada onde qualquer país do mundo que queira se desenvolver e queira ter uma sociedade justa precisa de tecnologia e conhecimento, e isso só será possível com base na educação”, alega.
Os jovens podem trabalhar, criar responsabilidade, mas a educação, a formação da cidadania tem que anteceder ou caminhar juntas na entrada no mercado de trabalho. E a idade inicial para começar a trabalhar é 16 anos, como jovem aprendiz.
O Consórcio Intermunicipal da promoção Social (Cips), em Bauru, é a porta de entrada para mais de 700 jovens aprendizes. Os trabalhos começam com as crianças, e chegam à capacitação dos jovens para entrar no mercado. “Nós conversamos com eles sobre o dia a dia nas empresas. Isso garante que os jovens saibam os direitos deles e garante também um respaldo para a indústria perante a lei”, orienta a coordenadora pedagógica Camila Rodrigues.

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